24 de jul. de 2012

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Depois de desparecer no mundo laboral, estou tentando, pouco a pouco, retomar minha vida.

O que eu tenho feito nas últimas 8 semanas? Bom, a lista nem é muito longa, mas eu vou desenvolver assim mesmo, just in case:

- Eu abraço árvores/envio emails/babo durante reuniões longas/penso em todos os outros lugares em que eu poderia estar enquanto converso com pessoas do trabalho;
- À noite, quando chego em casa, cuido do Juju, saio pra comer com o André - sério, é absurdo. Dois meses trabalhando e eu já desconheço, por completo, o conteúdos dos meus armários e geladeira. Não tem mais nada  pra comer, porque tudo ou estragou, ou acabou. Mal consigo me lembrar de como usar meus eletrodomésticos;
- Às vezes eu leio. Eu sei que eu não tenho tempo, que deveria estar pensando adiante, fazendo planos e blá, mas eu leio ainda assim. Leio quando não tem ninguém aqui no trabalho, no busão, na cama. Não leio nem de longe o tanto que eu gostaria, mas continuo teimosa;
- Ainda escuto música. Acho que quando eu parar de ler e escutar música e pensar em coisas bobas é porque chegou a hora de partir para o outro lado de lá. "Trabalhar ALIENA" -Aline MARXicano;
- Nos finais de semana, curto minha cama, tv, filme, mais giulianino piccolo, almoços longos e sol.

Relendo essa lista, eu penso que poderia ser pior. Mas, ao mesmo tempo, eu penso que também poderia ser bem melhor, né? Já estou coçando pra viajar de novo e estou considerando weird destinations, só pra não encontrar gente da minha lista do facebook nos lugares para onde eu for.

Bom, essa é a vida "material", mas o que tem passado na minha cabecinha e nas minhas listas de leituras e musiquetas?

Well, aí a coisa fica um pouquinho mais interessante, né?

Na eterna discussão sobre GROWING UP, achei isso aqui engraçadinho, embora não seja nada remotamente exótico:

 . You want to know why when you look at photos of people from the 60s and 70s they look so much cooler than you? It’s because they were. They didn’t have personal ego-satellites to mind-rape the country with their inane proclivities and terrible ideas; they actually had to talk to people, like face-to-face, or on the telephone when an in-person conversation wasn’t an option... If you must, Twitter and Instagram are far superior because their formats don’t allow for the same level of bloated self-indulgence as a MINI-WEBSITE ABOUT YOURSELF. Trust us, you’re not that interesting."
Assim, eu tenho um BLOG ABOUT ME, mas I'm sure I am that interesintg.... De qualquer forma, o que é mais interessante desse trecho, que eu encontrei há 5 minutos atrás, é que andei numas de querer CARTAS. Meu projeto é o seguinte: quero uma carta de cada pessoa de quem eu gosto, porque eu adoro ver a caligrafia dos outros - acho super pessoal e revelador - e quero colocar a carta ao lado de uma ou mais fotos dessa pessoa. De preferência, eu gostaria de uma foto da infância e de uma foto atual. Vocês colaborariam comigo? Além disso, tive essa outra ideia de mandar cartas para algumas pessoas. Sabe umas coisas que a gente acaba não falando - boas e ruins - pra algumas pessoas? Eu sempre penso nas coisas das quais eu me arrependeria se morresse amanhã - pode ser que essa seja a única consequência minimamente interessante da minha mehningytsen. Bom, eu acho que deve ser super liberating enviar cartas pra deus e o mundo e pronto. Imagina. Você senta e escreve vários coisas "te amo, te odeio, suas unhas estão sempre sujas, sua calça jeans te deixa gorda, sonho com suas pernas bronzeadas de vez em quando etc etc etc..". Ia ser o máximo. Além do mais, ninguém tem tempo de responder cartas e, portanto, não ia ter praticamente consequência nenhuma. Enfim, não custa sonhar, né?

Ademais, eu li aquele maldito "A Trama do Casamento" e, desde então, fiquei meiA l0ka, pensando em tudo que eu podia fazer e/ou refazer, pensando em cartas, em experiências religiosas. Acho - acho, só, não tenho certeza -, que a melhor parte do livro é quando esse cara que tava todo espiritual na Índia ajudando o povo, larga tudo porque não queria limpar a bosta (sorry, precisa ser dito) de um outro cara. É a questão do prédio em chamas all over again. Eu tenho essa certeza, no fundo do meu coração, que todo mundo pensa que se houvesse um incêndio e criancinhas estivessem chorando dentro do prédio em chamas, todas as pessoas que eu conheço - ou quase - acreditam que iriam entrar e/ou ficar pra trás na correria pra salvar as criancinhas. A outra certeza é que poucas fariam. Isso não faz ninguém pior ou melhor, só mais true. Nem todo mundo é herói. O que importa é que eu fico pensando que se pans eu preciso saber a resposta - não posso colocar crianças em um prédio em chamas pra testar, mas outras coisas dá pra fazer, né?

A vida, tirando essas besteiras, continua firme e forte. O juju continua destruindo parte do meu projeto de biblioteca e vomitando grama por aí, tenho planos de comprar livros que a porcaria da Cultura não tem, porque a seleção deles só piorou nos últimos tempos e as coisas continuam na mesma.

Estou com saudades de várias pessoas e espero conseguir conciliar tree hugging com social life.

Bisous,

A.
OBS: Entrei naquele como eu me sinto hoje e AMEI a expressão "boy magia" que eu passo a utilizar a partir de hoje.

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